terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Liturgia e Livros de Horas

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A liturgia (Leiturgía, em grego) é, como o nome indica, a oração púbica oficial da Igreja, enquanto Povo (Laós, em grego) de Deus hierarquicamente organizado. É uma acção que compete primariamente aos clérigos e aos religiosos. Os clérigos são os dirigentes da comunidade cristã. Os religiosos são aqueles que se consagram a uma vida de oração, praticando assim prioritariamente a virtude da religião. Os leigos são os cristãos que não são clérigos nem religiosos/as de coro.

Embora não tenham obrigação de rezar as horas canónicas, os leigos são convidados a associar-se à oração dos clérigos e religiosas. Assim aparece a reza do Angelus (e do Regina Cæli, no tempo pascal) ao toque das Trindades, do Saltério, do Ofício Pequeno de Nossa Senhora, e do Rosário.

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Os ‘Livros de Horas’ não são propriamente livros litúrgicos, mas livros devocionais, embora contenham alguns ofícios litúrgicos; são livros de oração destinados a leigos, e inserem-se dentro do tipo de livros chamados ‘Devocionários’. Incluem algumas horas litúrgicas, e é devido à inclusão obrigatória do ‘Ofício breve de Nossa Senhora’, ou Horas de Nossa Senhora, que estes livros se chamam precisamente ‘Livros de Horas’.

Estes livros começam pelo Calendário, logo seguido das Lições dos Evangelhos. Seguem-se: as Horas de Nossa Senhora; as Horas da Cruz e as Horas do Espírito Santo; duas orações a Nossa Senhora; os Salmos Penitenciais e a Ladainha; textos acessórios; as Memórias dos Santos ou ‘Sufrágios’; e o Ofício de Defuntos.


Bibliografia:

ALMEIDA O.P., Fr. António-José de - IMAGENS DE PAPEL. «O Flos Sanctorum em linguagem português», de 1513, e as edições quinhentistas do de Fr. Diogo do Rosário OP - A problemática da sua ilustração xilográfica. Porto: [Texto policopiado], 2005. Tese de doutoramento em História da Arte apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto. pág. 57